segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mas o cego que nada enxergava sabia

Disse-me o cego na estrada,
Sem nenhum constrangimento,
Como vocês são cegos.
Que andar à beira do abismo
Sem ao menos chorar e lamentar?
É difícil, mas que a luz do
Eterno brilha e não ofusca,
Na luz não à remendo, a
Luz espanta tudo aquilo
Que é sombrio, expulsa o tormento...

Ele andava pelo mundo,
À beira dos precipícios,
Funâmbulo e equilibrista
Da morte e dos perigos,
Com os ventos sentia o
Refresco e o amargo de uma
Pessoa perdida, e o sol,
Era a luz que iluminava seu
Caminho, mas o homem chorava,
Lamentava porque andava sozinho.

O profeta caminhava
Agarrando os muros e o chão,
O chão, é o chão da vida,
Os muros é o apoio dos mundos.
Pisando a sombra do cego
E as palavras que dizia.
Ouvia, e se enchia de alegria,
Chorava, mas estava assombrado
Com a alma cheia de alegria.

Se algum profeta caísse,
Com toda a certeza, o cego
Rápido o levantaria, não porquê
Ele sabia, mas sim porque ele
O sentia, o ouvia, e não adivinha,
Mas o amaria, porque no chão
Dá vida ele encontrará, alguém
Que não o excluía.

O homem que tinha vista
Nada sabia, porque ele
Não sentia. Seu coração
Era cego, sua alma não sabia,
Mas o cego que nada enxergava

Sabia, lá do fundo do seu íntimo sabia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário