sábado, 19 de novembro de 2016

Intimidade coletiva

Creio que não existe intimidade coletiva maior do que um trem cheio de pessoas,  são gente de diversos lugares e às vezes até os nossos próprios vizinhos, uma das coisas que me surpreende no trem é quando uma senhorinha de idade cochila em seu ombro, confesso que não sei o que fazer…. Não sei se eu acordo ela, ou se lhe faço um cafuné. Também vejo a rapaziada ganhando o seu dinheiro que para mim é uma causa honesta que o governo deveria liberar, estou falando dos irmãozinhos que “marretam” no trem, para quem não sabe o que é um marreteiro, é aquele carinha que vende balas no trem, e como eles mesmo dizem: “temos variedades de produtos pessoal!”.... Ainda mais em um período em que vivemos onde o desemprego está batendo na porta de várias pessoas pobres, penso eu, por que impedi-los de ganhar o pão de cada dia deles? Os nossos governantes não sabem o que é passar fome, não sabem o que é um trem lotado de homens e mulheres, em falar nisso também não posso deixar de falar sobre a safadeza de alguns manos que gostam de encoxar as mulheres…. Esses homens que fazem isso são loucos, não pensam que alguma mulher da família deles também possa estar passando pelo mesmo processo de taradeza. Eles nem sequer imaginam: “mano! Por que eu estou fazendo isso? Se alguém fizer isso com quem eu amo, eu não vou gostar nada, e ainda vou dar umas porradas nesse cará”. Pense nisso você que se gaba por aí, porque vive encoxando as mulheres no trem. Também não podemos esquecer da malandragem do trem, aqueles maninhos e maninhas que sentam e só fecham os olhos, o pior disso tudo é que eles sentam nos assentos preferênciais, aí já sabemos o que acontece, pode cutucar que eles não acordam pois estão consciente que alguma velhinha ou velhinho querem sentar…. No trem tem pessoas alegres, estressadas, tristes, empregadas e desempregadas. Será que há intimidade coletiva maior do que essa? Creio que não! Nosso povo desde o princípio é abençoado pelo Eterno com a virtude da resistência. Não importa o quanto o sistema nos oprima, não importa o quanto o sistema não nos respeita, não importa se o sistema está nem aí para nossa realidade, não importa se o sistema apenas nos deixa as migalhas, não importa o quanto eles nos humilhe usando as mídias, e não importa o quanto a elite nos explora…. Nós vamos resistir, pois todo povo de periferia foi abençoado com o dom da resistência, e que a gente possa reconhecer que essa força que nós temos para resistir provêm do Eterno. Desse modo concluo minhas palavras com algo que Paulo falou certa vez: [...] “Não vos amoldeis ao sistema deste mundo, mas sede transformados pela renovação das vossas mentes, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:2


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